Planejamento estratégico nas campanhas eleitorias

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Que a aplicação de planejamento estratégico seja comum nas grandes empresas e cresce na avaliação da necessidade nas pequenas e médias é um fato incontestável, indispensável  nos momentos que vivemos e no chamado “período pós-pandemia”. Como seguir na atividade se não houver um mínimo de planejamento?

A boa novidade é que o “novo normal” já incorporou novas metodologias para esse conhecimento e sua aplicação, usando as inúmeras oportunidades criadas pela Internet, dezenas de bons programas e, com certeza, custos menores e maior velocidade para implantação e execução.

Na Administração Pública simplesmente não há Poder Executivo sem o Plano Plurianual – PPA, nem sempre estratégico pois em boa parte de estados e municípios trata-se de “ctrl+c/ctrl+v” a cada novo mandato e frequentemente atribuído aos contadores nos pequenos municípios. Eu me pergunto se há 10% de órgãos públicos com Visão de futuro e Missão clara, determinada e engajada, além de medição dos indicadores para atingimento dos objetivos. Sem essas “variáveis” ao PPA, não considero possível se estabelecer um plano estratégico.

Aliás, o leitor pode simplesmente verificar qual é o Plano Municipal geral e setoriais no município e estado onde vive. Vai encontrar o PPA e as Leis Orçamentárias de cada ano, assim como as diretrizes estabelecidas preliminarmente na lei própria. Não vai encontrar sincronia entre os vários programas do estado com os vários programas do município, salvo exceções.

Como falar em estratégia se não há “diálogo” entre um e outro nível de governo? Sintonia com o plano nacional? Não me lembro se algo similar tenha ocorrido em qualquer dos mandatos dos governantes até hoje. Mas nunca é tarde, concorda? Mantenhamos a esperança.

A questão que sobra é responder o que está fazendo a área pública em comparação com a área privada na identificação e adoção do “novo normal” em suas atividades. Quem sabe o leitor queira comentar a respeito e nos informar sobre novidades em curso e que ainda não soubemos. As lives não falam disso, não é?

Feita esta introdução, aumentemos a reflexão para o mesmo tema relativamente às campanhas eleitorais, presentes em nossas decisões a cada dois anos. Impressiona como ainda soa estranho tratar de Planejamento Estratégico na construção e lançamento de candidaturas a postos eletivos, seja de qual nível de disputa estejamos falando (ou nós vimos algo parecido nas últimas eleições?).

As campanhas são normalmente “entregues a marketeiros”, como se estes “mágicos” também dominassem técnicas da ciência da Administração e ainda pudessem cuidar da prestação de contas, do relacionamento entre os operadores da campanha, da articulação política, do arcabouço jurídico, de alianças, contingências e tantas variáveis.

Havendo um planejamento de visão estratégica, todos os setores do processo estarão integrados, olhando para um mesmo horizonte e sendo capazes de gerencias as contingências quase diárias. Se o Plano de Marketing e Comunicação estiver ajustado e submetido ao plano geral será mais fácil alcançar o objetivo da campanha e manter estável a harmonia das decisões durante a competição, sempre de alta intensidade.

Aliás, o leitor já prestou atenção nas Propostas de Candidatos, obrigatoriamente armazenadas no Tribunal Superior Eleitoral – TSE, quando disputam cargos no Poder Executivo? De regra, não há plano, mas sim um “amontoado” de promessas/compromissos, frequentemente em boa parte inexequíveis, simplesmente porque não cuidam de conhecer preliminarmente o Plano Plurianual – PPA, portanto sem compreender os recursos que terá para administrar no seu futuro, caso vença a eleição.

Para mim, aí está a origem da desconfiança dos cidadãos de que os “políticos só fazem promessas, mas não as cumprem”. É preciso sincronizar o que o candidato e a população desejam com o que seja possível com os recursos que existem e que já se conhecem antes da posse.

Finalmente, não haveria qualquer malefício em se adotar planejamento estratégico em qualquer campanha eleitoral, avançando mesmo nas atividades futuras frente ao mandato, seja no Poder Executivo, seja no Poder Legislativo.

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