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Gestão da Comunicação

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“Quem não se comunica, se trumbica.” Para as pessoas mais velhas, nas quais eu me incluo, é viva na memória a figura do apresentador de televisão Abelardo Barbosa, o saudoso Chacrinha.

Dono de um programa de auditório, ele também dizia “eu vim aqui para confundir…”

Atualmente as empresas se preocupam muito (e com razão) em comunicar tudo a todos. Seus produtos, serviços, vantagens, benefícios, personalidade, visão, missão e valores, atributos da marca, enfim, um número infinito de informações, todas úteis, sem dúvida.

Sem querer criar polemica, apesar de estar tentado a isso, sair por ai comunicando sem critério nem propósito pode se transformar em um “tiro no pé”.

Empresas querem que os consumidores saibam de tudo, preferencialmente em primeira mão e imediatamente, achando que nós, consumidores, não temos mais nada a fazer a não ser nos interessar (e consumir) os produtos ou serviços que a Empresa oferece.

Certamente existe interesse genuíno em receber informação qualificada. Mas como descobrir quem quer receber qual tipo de informação? Pesquisas, estatísticas, cruzamento de informações, softwares de rastreamento de tempo de visita no site e outras tantas ferramentas estão disponíveis para ajudar nesta equação.

Mesmo assim, nem sempre os(as) consumidores(as) querem saber disso a qualquer hora e a qualquer custo. Seria irresponsabilidade não comunicar nada e esperar que quem tiver interesse na informação venha atrás dela? Dependendo da relevância da sua marca, dos produtos ou serviços que você oferece, seria inteligente.

O brinquedo da moda são as redes sociais, sejam elas pessoais ou profissionais. Não me preocupo com seu perfil pessoal, você já é grandinho o suficiente pra votar pra presidente, então já dá pra entender o tamanho do estrago que você pode causar a você mesmo. Profissionalmente você anda abusando? Já pensou nas consequências (inclusive as jurídicas) de falar mal da concorrência on line? Ou de sugerir um produto ou serviço que não é assim nenhuma Brastemp?

Você já parou pra pensar que assim que seus seguidores se derem conta que você postou uma compra, um comentário favorável a um serviço ou produto, você estará desacreditado para sempre?

Você já ficou sentado ao lado de quem atende as ligações telefônicas na sua empresa (todos os funcionários ou colaboradores, dependendo da empresa) ouvindo como seus clientes (ou prospects, até mesmo quem ligou por engano) são atendidos? Você tem certeza que o email de resposta com aquela proposta comercial não carrega junto aqueles coraçõezinhos e sorrisinhos?

Tudo bem podem ser fofinhos, mas a menos que você venda scrapbooks, não me parece que isso seja adequado na comunicação empresarial.

Ser sério não significa ser careta, engessado. Você precisa saber se inserir no contexto e saber exatamente a hora de deixar a coisa “mais leve”. Outro dia meu filho de 8 anos me repreendeu porque eu fui a uma reunião de bermuda. Só relevou depois que soube que a reunião era em um portal sobre mobilidade urbana e TODO mundo vai de bike e usa bermuda.

Gerir a comunicação é mais uma das tarefas que requerem cuidado, pesquisa, conhecimento, aprofundamento e erros. Isso mesmo, errando você aprende bem mais do que acertando, acredite. A tendência natural é você querer saber porque errou e simplesmente aproveitar a vitória.

Nos nossos dias e no nosso planeta, mesmo a vitória é fugaz, rápida, passageira. Mal dá tempo de comemorar e descobrimos que a concorrência já lançou o mesmo produto ou serviço com algumas melhorias.

Minha sugestão continua sendo a mesma: pergunte a quem você quer que note você, como quer receber as mensagens, quais mensagens e com que frequência. Dá bastante trabalho, mas com o tempo é como um bom molho de tomate que demora mais de 2 horas para ficar pronto: o sabor é irresistível, muito melhor, delicioso.
E não deixe de entrar no youtube e procurar pelo Chacrinha. Imperdível!

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