Em tempos bicudos, reduzir as despesas é ainda mais fundamental. Mas você sabe por onde começar e o que não deve eliminar?
“Eu nunca olhei para custos”, diz Luiz Carlos Alves de Oliveira, sócio da Norton Nunes Recuperação de Ativos. Quando decidi contratar uma empresa de consultoria, o que eu queria mesmo era uma solução mágica para expandir a minha carteira de clientes”.
A Norton, sediada em Santos e especializada na gestão da inadimplência de planos de saúde, contava com apenas quatro clientes em 2011, época em que a economia brasileira emitia os primeiros sinais de que poderia entrar em retração. Possui atualmente 39.
Oliveira e seus sócios incorriam em um equívoco recorrente entre empreendedores pequenos e médios, mais preocupados em correr atrás de novos clientes para fermentar a receita do que olhar para dentro da empresa.
Isso pode funcionar quando a economia vai bem e o consumo está em expansão, e falhas na gestão, como a falta de controle de custos, acabam disfarçadas em meio ao aumento do faturamento. Mas quando a demanda está fraca, como nestes tempos, as fragilidades ficam mais expostas, forçando as empresas, muitas vezes, a tomar atitudes mais drásticas, como o corte de pessoal.
“Nosso maior custo é com mão de obra e telefonia. Optamos por não mexer em pessoal. Na área de telefonia, só para dar um exemplo, conseguimos uma redução de 38% nos custos com o trabalho da Great Group”, diz Alves de Oliveira, ao se referir à consultoria contratada.
Com o consumo em queda, as empresas estão com menos dinheiro em caixa e, portanto, com maior dificuldade de cumprir as suas obrigações com fornecedores e bancos.
As instituições financeiras também estão mais seletivas na concessão de crédito por conta do risco da inadimplência. Tudo isso exige dos empresários uma atenção muito maior no fluxo de caixa, e mais ainda, no custo da operação.