Quando sou questionado sobre os fatores emocionais que influenciam os profissionais em cenários de mudanças, sou categórico em afirmar que não se trata de um ou mais fatores, mas sim do estado interno no qual nos encontramos em cada etapa dos acontecimentos.
Você já parou para pensar que nossa vida profissional é repleta de cenários inconscientes e situações novas que se repetem em ciclos sem tempo determinado?
Vou ousar criar um pensamento racional estruturado para esclarecer como nossa mente reage às mudanças.
O estágio inicial se traduz pela inconsciência do que esta ocorrendo e nossa reação é a inércia total: uma tradução direta de ficarmos parados ou imobilizados.
O tempo passa com a implementação deste novo organograma, nova diretoria, nova cultura, ou outro exemplo que lhe venha a cabeça, e o fato é que o estágio emocional evolui e a consciência sobre a mudança se torna presente. Agora os participantes da mudança não estão mais parados, mas reagindo, negando, passam a ter raiva, tem medo, desanimam, e em alguns casos até desistem. Vale ressaltar que as pessoas que desistem refletem atendência de que o ecossistema vivo expele naturalmente os corpos estranhos; isso significa que existem membros da empresa que, durante o estágio da mudança, se vêem tão fora daquilo que esta acontecendo na frente de seus olhos que decidem sair, seguir outro rumo, tocar o barco, procurar outros mares.
Para aqueles que continuam na empresa durante a mudança, vêm os sabores que até então eram misteriosos. Quando se ultrapassa a fase de consciência, as pessoas passam a compreender o cenário e com isso experimentar as delícias da experimentação. O que isso quer dizer? A partir desse estágio, os envolvidos passam a estar cientes da mudança e da importância de colaborar com ela.
Bom, e o que isso tem a ver com a minha realidade? Analisando esses estágios, vejo que o tempo passou, as marcas ficaram e como empresário me sinto parte das mudanças que realizei; hoje, aceito tudo o que ocorreu, sobrevivi às transformações e acima de tudo estou feliz e recompensado. Nesse cenário, fica claro que interiorizei a mudança e agora o que era novo já está consolidado na mente e nos comandos das ações.
Alguns dos meus pares fecharam os negócios, outros estão em outras posições. E eu? Estou aqui, depois de lutar, me desafiar, perder o sono, reclamar e encher com histórias a cabeça da minha companheira. Enfim, não existe o certo ou errado para quem seguiu ou desistiu, apenas a instrumentação racional das etapas e formas de reagir diante daquilo que muitas vezes foge ao nosso controle.
E você, como tem reagido às mudanças?